Nos sábados, dias 02, 09 e 16 de setembro, a Real Companhia Velha presenteia enófilos e enoturistas com um programa de vindimas. Desenhado a preceito, intitula-se “No Douro, vamos vindimar na Quinta das Carvalhas”, pois tem como palco a emblemática quinta que lhe dá nome.Estrategicamente localizada no centro geográfico da sub-região do Cima Corgo, a Quinta das Carvalhas é uma das cinco quintas e a mais emblemática da Real Companhia Velha – empresa de vinhos do Porto e Douro, fundada a 10 de Setembro de 1756, por Alvará Régio d’El Rei D. José I, e a mais antiga empresa portuguesa.
Uma experiência de vindimas no Douro, com um acompanhamento personalizado, num momento que agrega a vivência da beleza e espetacularidade da Quinta das Carvalhas ao convívio com quem diariamente trabalha esta terra “dourada”. Nesta que é a época mais importante do ano, haverá tempo de lazer, com apanha de uvas, visita aos jardins e à mata mediterrânica das Carvalhas, mas também de aprendizagem, com explicações sobre as caraterísticas do Alto Douro Vinhateiro, como o clima, solos, identificação de castas e perceção das diferentes tipologias de vinhas, mas também sobre a própria história e tradição da Real Companhia Velha.
Quem optar por este programa vai ter o privilégio de subir até ao topo da Quinta – 500 metros de altitude – para desfrutar de uma vista única e de um almoço típico, com lugar na enigmática Casa Redonda. Para começar, salgados, queijos, enchidos e uma bôla de Lamego, com Carvalhas branco, seguidos de uma feijoada à transmontana e de um dueto de tintos, com Carvalhas Tinta Francisca e Vinhas Velhas. Para finalizar a refeição, uma deliciosa e caseira mousse de chocolate harmonizada com Quinta das Carvalhas Porto Reserva Tawny. Pelas 16h00, é tempo de descer à sala de provas e fazer uma degustação de vinhos.
O programa de vindimas decorre entre as 10h00 e as 17h00 e tem um valor de €150,00 por pessoa. A sua realização implica um grupo de 15 pessoas, sendo de marcação obrigatória, feita através dos contactos de telefone 254 738 050 ou do e-mail carvalhas@realcompanhiavelha.pt.
A Quinta das Carvalhas, do presente ao passado
Dotada de uma grande beleza e espetacularidade,fica situada na freguesia de Ervedosa do Douro, no concelho de São João da Pesqueira. Tem uma posição predominante na encosta da margem esquerda do rio Douro, virada ao Pinhão, possuindo uma frente de rio com uma extensão superior a três quilómetros. Cobre toda a colina sobranceira ao Douro, estendendo-se até à linha da cumeada, e ocupa também uma parte da encosta superior da margem direita do afluente rio Torto. É uma propriedade em forma de “cone”, com cerca de 500 hectares, dos quais 150 são de vinha (50 em modo tradicional e das quais 38 são Vinhas Velhas), distribuída em diferentes altitudes e exposições, representando assim um local complexo de produção vitícola. Devido ao seu enorme património histórico e a uma intensa e racional requalificação, representa hoje o que de melhor temos e somos capazes de fazer.
Nos dias de hoje, a Quinta das Carvalhas é uma das maiores e mais emblemáticas quintas do Douro, sendo considerada, por muitos, a “Quinta Imagem do Alto Douro Vinhateiro”, pois permite uma amostragem do território e do que há de mais bonito no Douro. Dificilmente, num outro local, se consegue ver tanto em tão pouco tempo. No topo do “monte das Carvalhas”, a 500 metros de altitude e onde se situa a Casa Redonda – construção visível a muitos quilómetros de distância – pode desfrutar-se de uma vista em 360.º graus, sendo um dos pontos de excelência para observação da propriedade, e do Douro. A Quinta das Carvalhas é um excelente exemplo de agricultura sustentável, onde são aplicadas técnicas de viticultura pró-orgânicas, promovendo a biodiversidade e harmonia no ecossistema..
Visitar a Quinta das Carvalhas é ver o dia-a-dia do Douro vinhateiro e os melhores ângulos da sua paisagem. É possível acompanhar os trabalhos da vinha – como a poda, a escava ou a vindima –; a apanha da azeitona; a reconstrução dos tradicionais muros de xisto; e um meticuloso trabalho de jardins. É ver vinhas com mais de 100 anos e encostas com 70 graus de declive. É admirar os rios Douro e Torto. É desfrutar de fauna e da flora, numa simbiose perfeita com o meio que os rodeia, que à vinha soma zonas de mata, floresta, olival e jardins, construídos com pedras de granito antigas e esteios de xisto e onde há plantadas várias espécies de flores, plantas e ervas aromáticas.
As mais antigas referências escritas sobre a Quinta das Carvalhas remontam a 1759 e ligam-na à reputada família Castro e Sande, de São João da Pesqueira. Nos anos que se seguiram, foi detida por várias entidades, até que, em 1881, chega às mãos de Miguel de Sousa Guedes, um dos mais importantes negociantes do setor do Vinho do Porto. Após um ano da sua compra, e vendo as produçõesde uva cada vez mais limitadas pelos estragos da filoxera, Sousa Guedes inicia um ambicioso programa de reconversão da vinha, em busca de recuperar a reputação e prestígio deste magnífico terroir. Em 1953, Manuel da Silva Reis adquiriu a empresa Miguel de Sousa Guedes e Irmão Lda., tornando-se proprietário da Quinta das Carvalhas, até 1973, altura em que integrou o portefólio de propriedades da Real Companhia Velha. Mais recente foi a sua expansão para os mais de 500 hectares, através da aquisição e posterior emparcelamento de diversas propriedades subjacentes. Boa parte dos seus vinhedos, constituídos por Vinhas Velhas de plantação pós-filoxérica, estão a completar a respeitável idade de um século, representando uma das mais ricas e variadas coleções de antigas castas durienses.